Dr Ernane Maciel Neurologista em Brasília

CRM DF : 7881

Neurologista

Currículo :

– Docente da Faculdade de Medicina – ESCS – Governo do Distrito Federal

– Residência Médica em Neurologia pela Unicamp

– Doutor em Neurologia – Unicamp

– Tese de Doutorado : Esclerose Múltipla : Correlação Clínica, Líquido Cefalorraquiano e Neuroimagem

– Neurologista do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) 

– Especialista de Líquido Cefalorraquiano (Laboratório de Liquor – Unidade de Neurologia HBDF e Coordenador do Laboratório Liquor – Brasília DF)

 – Membro da Academia Americana de Neurologia (American Academy of Neurology)

Médico

Endereço : SHLS 716 – Bloco F – Sala 106 – Edifício Centro Médico de Brasília

Localidade : Asa Sul – Brasília – DF

Telefone : (61) 3345-8447 / (61) 98592-4635

Atende na Asa Sul

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central (SNC) de etiologia desconhecida cujas manifestações iniciais ocorrem na adolescência e no adulto jovem, secundárias à desmielinização multifocal por mecanismo autoimune e inflamatório.

O curso clínico pode assumir a forma surto-remissão, progressão secundária, progressão primária.

O diagnóstico é feito com base no quadro clínico evolutivo com o suporte dos exames de líquor, potencial evocado visual, ressonância magnética de crânio e medula, excluindo-se outras doenças de natureza inflamatória ou infecciosa. O exame de líquor na EM mostra pleocitose linfomonocitária, elevação do índice de IgG (imunoglobulina G) e presença de bandas oligoclonais.

O quociente de albumina é alterado infrequentemente na doença.

A ressonância magnética mostra lesões de hipersinal em seqüências T2, DP e FLAIR (Fluid-attenuated inversion recovery magnetic resonance imaging) e hipossinal em T1 na substância branca cerebral, nervo óptico, tronco cerebral e medula espinal. A captação de contraste indica lesão recente.

O propósito do presente trabalho foi o de avaliar as correlações entre número de células no liquor, índice de IgG, síntese diária intratecal de IgG (imunoglobulina G), a presença de bandas oligoclonais com: o volume de lesão em FLAIR, T1 e T1 com contraste, e com a área de lesão em contato com espaço liquórico em FLAIR, T1 e T1 com contraste e o grau de incapacidade medido pela EDSS (escala de incapacidade expandida de Kurtzke), a forma clínica, duração da doença, cor da pele e idade dos pacientes.

Setenta e um pacientes com esclerose múltipla clinicamente definida, pelos critérios de Poser, foram submetidos a exame de líquor com contagem de células, dosagem de IgG e albumina por nefelometria e cálculo do índice de IgG, síntese diária intratecal de IgG e quociente de albumina.

Os dados clínicos: idade, raça, duração da doença, forma clínica e EDSS foram definidos após anamnese e exame neurológico. O volume de lesões em FLAIR, T1 e T1 com contraste foi estimado por estereologia.

A área de lesão em contato com espaço liquórico foi obtida manualmente medindo-se a extensão da área lesionada em contato com a parede ventricular, superfície externa do tronco cerebral e córtex cerebral e multiplicando-se pela espessura dos cortes. Dos 71 pacientes, 62 tiveram RM de crânio com imagens em FLAIR, 56 pacientes tiveram analisadas as imagens em T1 sem contraste e 26 pacientes com imagens em T1 com contraste.

Os resultados mostraram média de idade maior nas formas progressivas, maior índice de IgG na forma surto remissão, maior freqüência de bandas oligoclonais exclusivas no líquor nos casos com maior síntese diária intratecal de IgG. Quanto maior o EDSS mais elevado o quociente de albumina e a síntese diária de IgG. A área de lesão que toca o espaço liquórico foi diretamente proporcional ao quociente de albumina, sugerindo que as áreas desnudas de lesão em torno do sistema LCR é que determinam uma maior entrada de albumina, mas não de IgG, ao sistema LCR.