Dr Guili Pech Cardiologista em Ipanema
CRM : 52.86323-8
Currículo :
– Graduação em Medicina – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Título de Especialista em Cardiologia – Sociedade Brasileira de Cardiologia
– Especialização em Clínica Médica – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Especialização em Cardiologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Especialização em Arritmologia -Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Médico do Hospital Samaritano
– Médico do Hospital Municipal Lourenço Jorge
– Trabalhou na Emergência do Hospital Barra D´Or
Médico
Endereço : Rua Visconde de Pirajá 351 – Sala 614
Bairro : Ipanema – Rio de Janeiro – RJ
Telefones : (21) 2267-5384 / (21) 99246-4696
Site : http://institutoclinics.com/equipe/guili-pech/
Treinamento funcional : A visão do médico
Nos últimos anos, os chamados treinamentos funcionais tornaram-se moda nas academias de ginástica. Tratam-se de circuitos que têm como características principais a diversidade de exercícios, o curto período de realização das atividades, o pequeno intervalo de descanso entre as séries e a alta intensidade de utilização dos sistemas musculoesquelético e cardiovascular. Nesse sentido, é preciso que o praticante entenda os aspectos positivos e negativos da modalidade, com o objetivo de maximizar os ganhos e diminuir os riscos atribuídos a esse tipo de treinamento.
Sem dúvida, o treinamento funcional traz benefícios enormes, em especial para aquelas pessoas que desejam emagrecer. É bem estabelecido que as atividades com alta intensidade e curto período de realização mantém o gasto calórico do praticante alto mesmo após o término do exercício, o que contribui de forma ampla para o processo de emagrecimento. Esse benefício, aliado a possibilidade de treinamento ao ar livre e com tempo otimizado, torna o “funcional” extremamente atrativo, o que explica seu “boom” atual.
No entanto, apesar dos comprovados benefícios, é importante discutir alguns aspectos controversos desses treinamentos: A não especificidade e os riscos potenciais a saúde.
Com relação ao primeiro, é habitual ver atletas, profissionais ou amadores, utilizado os circuitos funcionais para melhorar a performance em um determinado esporte. No entanto, muitas vezes os resultados podem ser frustrantes na medida em que deixa-se de lado um ponto fundamental: A especificidade , definida como direcionamento do treino de acordo com a modalidade que se pretentende melhorar.
Nos treinos de luta para MMA, por exemplo, é comum ver praticantes realizando exercícios com marretas, cordas e até mesmos paraquedas, com o objetivo de melhorar o condicionamento físico e técnico. Entretanto, é interessante notar que essas atividades não permitem o controle adequado de cargas e frequência cardíaca, bem como tem pouca correlação técnica com as lutas. Desse modo, os ganhos podem até existir, mas são limitados pelos métodos descritos.
Além disso, como já mencionado, o “treinamento funcional”, ao utilizar técnicas não habituais, como levantar ou arrastar pneus, não permitem o ajuste fino e gradual de cargas, o que pode aumentar o risco de lesões ortopédicas. Outro aspecto, e mais preocupante, é a alta intensidade dos exercícios usualmente utilizados nos circuitos “funcionais”. Essas atividades aceleram a frequência cardíaca de forma muito intensa, potencializando a chance de aparecimento de problemas cardíacos como o infarto agudo do miocárdio e arritmias, doenças muitas vezes assintomáticas na vida cotidiana de um indivíduo, mas que podem se manifestar somente durante a rápida aceleração das batidas do coração
Nesse sentido, é importante ressaltar que esse texto não tem como objetivo desencorajar a prática dos treinamentos funcionais. Pelo contrário, para indivíduos saudáveis, que procuram emagrecimento e bem estar, as atividades são extremamente indicadas. No entanto, é recomendado os interessados façam uma avaliação médica completa pré-treino, com o objetivo de minimizar os riscos associados e alinhar os objetivos desejados, e é claro, sempre sob a supervisão de um profissional capacitado.