Dra Ana Luiza da Cruz Rios Ginecologista Ortomolecular em Brasília
Ginecologista
Somente Atendimento Particular.
CRM DF : 8865
RQE : 2458
– Pós Graduação (Residência Médica) de 3 anos em Ginecologia e Obstetrícia.
– Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira (AMB) – TEGO
– Título de Qualificação em Colposcopia e Genitocospia pela Sociedade de Patologia do Trato Genital Inferior
– Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia
– Pós Graduação em Medicina Funcional e Preventiva – Prática Ortomelecular (PUC)
A primeira consulta pode ocorrer mesmo na infância, quando a menina apresenta secreção vaginal (corrimento), irritação da vulva (quando o tratamento do pediatra não melhora o quadro) ou infecções urinárias recorrentes. Também, nos casos de início de puberdade precoce (antes dos oito anos), com sinais tais como crescimento de pelos axilares ou pubianos; crescimento dos brotos mamários ou sangramento vaginal. Entretanto, se os caracteres sexuais secundários não se desenvolverem até os 14 anos ou se a menarca (primeira menstruação) não acontecer até os 16 anos, se impõe avaliação ginecológica.
Quando a garotinha chega à adolescência é indicada avaliação ginecológica nos casos de irregularidades do ciclo menstrual; menstruações excessivas ou dolorosas e tensão pré-menstrual com perda do rendimento escolar e de qualidade de vida nos dias que antecedem e durante a menstruação.
Mesmo na ausência dos sintomas acima é indicada a primeira consulta com o ginecologista na faixa etária entre 14 e 16 anos.
Essa etapa da vida se caracteriza pelo início da ovulação e da produção dos hormônios esteróides ovarianos (estrogênio, progesterona e testosterona). A menina cresce, os seios e as nádegas se delineiam e começa o interesse sexual. A consulta ao ginecologista, nesta fase, requer muito tato e sensibilidade, como também clareza na orientação sobre os cuidados com a saúde, sexualidade, métodos anticoncepcionais e doenças sexualmente transmissíveis.
Qual o número ideal de consultas por ano?
As mulheres devem avaliar sua saúde, se não houver sintomas ou sinais de enfermidades, uma vez ao ano. Entretanto, se utilizam anticoncepcionais, dispositivos intrauterinos (DIU), implantes subcutâneos ou mantém relações sexuais com múltiplos parceiros, a consulta deve ser semestral. Também as pessoas portadoras de enfermidades de outros órgãos ou sistemas como hipertensão, diabetes, obesidade, anorexia, síndrome do intestino irritável, doenças autoimunes, hipo ou hipertireoidismo devem consultar pelo menos uma vez ao ano o ginecologista.
Recentemente, houve uma grande polêmica em torno da vacina contra o HPV em meninas. Qual a posição da senhora? Há outras vacinas importantes à disposição do público feminino que a senhora considera importante e indica?
O câncer de colo uterino é o segundo câncer mais comum entre as mulheres brasileiras. Segundo o INCA, sua incidência é de 19,2 por 100 mil mulheres/ano, duas vezes maior do que as taxas da Europa e Estados Unidos. Ainda segundo o INCA, cinco mil mulheres morrem por ano de câncer de colo do útero. O vírus da papilomatose humana (HPV) é a principal causa do câncer de colo 04 uterino. Considero que a vacina para o HPV é uma grande conquista da medicina preventiva, pois pode prevenir o câncer e a morte de muitas mulheres. Mesmo mulheres que já tiveram contato com o HPV podem ser imunizadas, porque os anticorpos gerados pela vacina podem evitar a reinfecção e a liberação de partículas capazes de infectar novas células. Na consulta ginecológica é importante investigar também sobre vacinação prévia e atualizar o calendário vacinal da paciente que se inicia na infância. Como regra geral não se deve aplicar vacinas no primeiro trimestre de gestação, exceto a da Influenza. A vacina para o Herpes Zooster é indicada a partir dos 50 anos de idade.
E no mundo dos medicamentos naturais, quais os aliados da saúde da mulher?
Os medicamentos naturais são conhecidos do corpo humano como parte da evolução da espécie, o que favorece a sua atuação. Vários medicamentos obtidos de plantas ou animais são benéficos à saúde da mulher. As plantas e seus derivados obtidos da natureza atuam de forma complexa no organismo por se tratar, não apenas de um princípio ativo, mas, de um conjunto de substâncias que podem atuar em todo o corpo do indivíduo. Inclusive, muitos medicamentos utilizados na indústria farmacêutica têm sua origem nas plantas medicinais. É importante conhecer a procedência e como foram manipulados os fitoterápicos e demais medicamentos naturais antes de fazer uso. Algumas ervas podem ser perigosas, e como regra geral, deve-se ter os mesmos cuidados dispensados aos outros medicamentos, evitando o uso sem acompanhamento médico. Em especial as mulheres gestantes; as que estão amamentando; as pessoas que forem se submeter a uma cirurgia; as que têm menos de 18 ou mais de 65 anos; e as que estiverem fazendo uso de outros medicamentos. Há muitas medicações naturais com ação benéfi ca comprovada na saúde, entre eles Cimicifuga racemosa: sintomas da menopausa e tensão pré-menstrual; Capsicum annuum (pimenta caiena): analgésico tópico eficaz para artrite reumatoide e neuralgia diabética; Harpagophytum procumbens (garra do diabo): dor lombar e osteoartrite; Ácido Linoleico conjugado (CLA): diminuição da gordura corporal e aumento a massa magra; Extrato de chá verde: aumenta o metabolismo das calorias, diminui o apetite e a inflamação; Allium sativum (alho): diminui o LDL colesterol; Ginseng: melhoria do desempenho mental e Silybum marianum (cardo mariano): melhora a função hepática removendo toxinas do fígado. Estes são apenas alguns exemplos de medicamentos naturais com eficácia comprovada pelo Departamento de Medicina Alternativa da Clínica Maio nos Estados unidos.
Qual a importância da suplementação nutricional?
Alimentar-se de forma correta, com cinco ou mais porções de frutas e vegetais, diariamente, bem como se exercitar moderadamente no mínimo três vezes por semana e não fumar são grandes aliados de uma boa saúde. Entretanto circunstâncias do dia a dia alteram a homeostase do organismo e consomem quantidades extras de nutrientes com grave prejuízo para a saúde. Pessoas sob stress por associar estudo e trabalho; doença na família, pressões financeiras ou conflitos emocionais comprometem o bom funcionamento do organismo com alterações imunológicas, hormonais e do sistema nervoso. Nesses casos, além da correção progressiva dos hábitos de vida, são prescritos suplementos que irão atuar em muitos processos metabólicos fundamentais à vida. Vitaminas, minerais e ácidos graxos como o EPA e o DHA nas proporções corretas; modificam sistemas enzimáticos restauram o corpo e diminuem substâncias tóxicas como, por exemplo, a homocisteína, ou aumentam fatores protetores como o HDL (colesterol bom). Importante também o papel da suplementação em pacientes que serão submetidas a cirurgias ou estão em pós-operatório. Pacientes portadoras de enfermidades em uso de medicamentos que, apesar de indispensáveis, podem alterar outros sistemas como exemplo os pacientes em uso de estatinas para diminuir os níveis de colesterol que se beneficiam da suplementação de coenzima Q10 para suprimir os efeitos colaterais desses medicamentos como as dores musculares.
Como a mulher deve preparar o seu organismo ao decidir-se pela maternidade?
A mulher que deseja gestar deve conversar com seu ginecologista antes de interromper o método contraceptivo. Nessa consulta se realizam todos os exames para determinar o estado de saúde geral com o objetivo da gravidez. Além de tratar eventuais enfermidades, inicia a suplementação com vitaminas, minerais e ácido eicosapentaenoico (EPA) da classe ômega 3. A suplementação com ácido fólico é obrigatória para evitar defeitos no fechamento do tubo neural que ocorre entre o 25º e o 27º dia a contar da fecundação e, portanto, antes que muitas mulheres saibam que estão grávidas. Mulheres que utilizam anticoncepcionais orais têm de_ciência de vitamina B12 e vitamina B6 que devem ser suplementadas. O cérebro, a medula e os nervos são ricos em lipídeos, necessitando de gorduras saudáveis, entre elas o ômega 3 para sua formação e desenvolvimento. A suplementação corrige deficiência de ferro, cálcio e magnésio, entre outros e, por isso, a consulta ao ginecologista é fundamental para preparar o organismo para uma gestação.
Quais são os maiores inimigos da saúde da mulher?
A boa saúde começa com boas escolhas. O tabagismo e a obesidade são grandes inimigos da saúde da mulher. Os consumos de açúcar bem como o de álcool são grandes vilões da saúde da mulher, pois ambos fornecem facilmente uma quantidade excessiva de calorias vazias (sem fibras, vitaminas, sais minerais). O consumo excessivo de álcool causa doenças hepáticas, neurológicas, más formações fetais e dependência.
Mulheres estão fazendo uso de hormônios cada vez mais cedo, muitas vezes em busca da boa forma física (caso dos chips, por exemplo). Qual a avaliação dessa tendência? Quais os riscos?
As mulheres utilizam hormônios principalmente para evitar a gravidez não desejada. A pílula anticonceptiva permitiu que a mulher escolhesse quando teria filhos. Essa foi talvez a maior conquista feminina do século passado. A avaliação criteriosa do estado de saúde é fundamental antes da prescrição de qualquer medicamento por qualquer via. Há, hoje, várias formulações no mercado com essa função permitindo a escolha da composição mais adequada à saúde e ao bem estar da paciente. A avaliação criteriosa do estado de saúde é fundamental antes da prescrição de qualquer medicamento por qualquer via. O uso de doses fisiológicas de androgênios (transdérmico, sublingual, subcutâneo) pode ser benéfico para algumas mulheres. Entretanto, o uso de anabolizantes traz sérios riscos à saúde entre eles o câncer de fígado. Mulheres em uso inadequado de androgênios podem apresentar: acne, crescimento de pelos no rosto e no corpo, calvície, engrossamento de voz e aumento do clitóris.
Hormônios e mulheres, o que há de novo nesse importante capítulo da vida feminina? A ciência e tecnologia apontam novos caminhos? Sobre reposição hormonal, quais as novidades?
A pesquisa de moléculas hormonais idênticas às produzidas pelas glândulas diminuiu consideravelmente a ocorrência de eventos adversos na terapia hormonal. O grande avanço na manipulação de hormônios por via transdérmica, vaginal ou sublingual proporcionou tratamentos mais seguros. A vantagem da terapia hormonal prescrita pelo ginecologista é personalizar a dose para cada paciente, manipular combinações adequadas para cada pessoa e utilizar hormônios idênticos aos humanos que constituem os grandes avanços na terapia hormonal da última década. Os hormônios são fundamentais no bom funcionamento de todo o organismo. A mulher tem receptores de estrogênio fora do trato genital como no cérebro na pele e nos ossos. A testosterona, entre muitas funções como agente da libido feminina e masculina e da força muscular, atua no osso e no tecido conjuntivo mantendo a integridade corporal. Hoje temos muitos estudos apontando como pequenas flutuações nos níveis hormonais causam alterações do humor, do sono, da memória e da cognição. Por exemplo, atrofia vulvar e vaginal pela deficiência hormonal é responsável, em vários casos, por perdas involuntárias de urina e infecções do trato urinário.
Qual a idade, em média, em que a mulher precisa buscar a reposição?
Em qualquer momento em que o bem estar e a saúde da mulher esteja comprometido ela deve consultar o ginecologista. Os parâmetros hormonais são parte da avaliação completa da paciente. Constatando a deficiência de hormônios será prescrita a reposição adequada para ela.
Câncer e reposição hormonal. Como medir os riscos?
O câncer origina-se de um erro genético ocorrido durante a fase do ciclo de divisão celular que escapou do controle dos chamados genes supressores de tumor. Os estímulos externos que induzem as células a se dividirem são fundamentalmente as radiações (inclusive as solares), alguns vírus, traumas, fatores de crescimento e hormônios esteroides. Os estrogênios não são capazes de lesar o DNA celular, ou seja, não são indutores de câncer. Entretanto ao aumentar o número e a velocidade da divisão celular, podem deixar que um erro genético escape dos mecanismos de controle. Os antecedentes pessoais e familiares somados ao exame físico, de imagem e laboratorial estabelecem o perfil de risco daquela paciente. Uma vez iniciado o tratamento, o acompanhamento será individualizado e, pelo menos, semestral.